sexta-feira, 7 de outubro de 2011

o meu amor II

o meu amor saiu e não voltou
recordo que era quase mês de abril
pergunto o que será do meu amor?
me dizem que este inverno vai ser frio
espero que encontre um cobertor
e algum lugar p’ra poder descansar
uma bebida forte por favor
não deixe o meu amor se resfriar
será que ainda sobra algum real?
será que ainda sabe o que fazer?
será que se tornou um marginal?
oh meu amor!
...
me mandou lembranças recebi
envelope carta bem formal
um colar das ilhas Tahiti
uma bandeirinha do Nepal
lá pela Europa adoeceu
se perdeu p’ra os lados do Gabão
diz que até o ópio já comeu
nas montanhas do Afeganistão
o meu amor se perdeu por aí
quem sabe já morreu e eu nem sei
quem sabe já voltou nem percebi
oh meu amor!
...
volte meu amor
quando quiser
só não esqueça de mandar um recadinho
no meu celular
já faz tanto tempo
já troquei as chaves
e o porteiro é novo não sabe quem és
não deixa entrar


sábado, 17 de setembro de 2011

o meu amor

o meu amor saiu e não voltou
eu lembro que era quase mês de abril
pergunto o que será do meu amor?
disseram que este inverno será frio
tomara que encontre um cobertor
e algum lugar p’ra poder descansar
e uma bebida forte por favor
não deixe o meu amor se resfriar
será que ainda sobra algum real?
será que ainda sabe o que fazer?
será que se tornou um marginal?
terá o meu amor o que comer?
o meu amor se perdeu por aí
quem sabe já morreu e eu nem sei
quem sabe já voltou nem percebi

domingo, 31 de julho de 2011

outra música

não aprendi dizer teu nome por engano
li todas as cartas que você não me escreveu
pareço às vezes te confesso meio estranho
mas esta é a maneira de viver p’ra mim

não sei se alguma vez eu já disse “te amo”
de certo quiçá porque nunca amei alguém
nem sei se isso pode atrapalhar meus planos
que é andar sozinho até não poder mais

eu já queimei as fotos e outros retratos
dos tratos que fizemos não lembro nenhum
e sim no mesmo prato eu sempre cuspo e como
servi teus olhos negros em certa manhã

eu minto por ser forte ou talvez por ser fraco
eu guardo as idéias num velho baú
do todo que sou eu só mostro alguns pedaços
detalhes que inteiro têm nada a dizer

só p´ra ti
eu dou a minha vida
esta é a ultima
chance p’ra querer
senão, deixa assim
eu guardo só p’ra mim
bem egoísta
se não for você

só p’ra ti
eu conto minha vida
em outra música
que ninguém ouviu
e nem vai ouvir
nem se quiser terá
os versos que escrevi
se não for você

sábado, 2 de julho de 2011

almas rebeldes

meu Deus
não entendo qual é a razão
p'ra tanto ódio e destruição
violência e dor nesta terra

meu Deus
eu queria tentar entender
porque tantos brigam por poder
porque muitos morrem nestas guerras

meu Deus
a raça humana vai se extinguir
na ganância de só consumir
destruindo o pouco que resta

meu Deus
os inocentes que choram em vão
não conseguem achar solução
só doenças, são tantas mazelas

meu Deus
volte logo e nos devolva a paz
tuas crianças não suportam mais
uma vida de tanta miséria

e por mais que sufoquem nosso grito
resistiremos até a luz se apagar
somos almas rebeldes, somos a revolução
nascemos abençoados, com a força do leão

se um mundo melhor depende de nós mesmos
o que nos impede de tentar?



segunda-feira, 20 de junho de 2011

outono inverno

ainda outono quando o inverno vem
num sopro suave de um vento frio
que a pele repele num leve arrepio
e as noites maltratam seus muitos ninguéns

sexta-feira, 10 de junho de 2011

falsos rastas

pelas ruas caminham
falsos rastas
distribuindo mentiras
tão certos de uma ideia errada

habitantes de uma terra
de hipocrisia e falsidade
pregam uma vida limpa
vivem na iniquidade

falsos rastas
vivem num mundo de ilusão
falsos rastas
pobres de alma e coração

tu que clamas por JAH
deverias entender
que ele apenas vai olhar
p'ra o que está dentro de você

falsos rastas 
vergonha para a humanidade
mentes vazias
pessoas sem identidade

congregam com os ímpios
se julgam majestades
conspiram contra os sábios
escondendo a verdade

falsos rastas
vivem num mundo de ilusão
falsos rastas
pobres de alma e coração

tu que clamas por JAH
deverias entender
que ele apenas vai olhar
p'ra o que está dentro de você

...

cansei de tudo
p'ra mim isso já basta
leve embora esses fantoches
me mostre um verdadeiro RASTA

segunda-feira, 6 de junho de 2011

um homem

um homem
que a vida não via passar
um homem
olhar perdido muito além
um homem
sábio em saber calar
um homem
certo dia me falou

assim

aquelas palavras bonitas
que falam de paz
aqueles discursos vazios
que você comprou
a fama que você persegue
coisas tão banais
não valem mais que o meu sorriso
de um dente só

um homem
que não temia a escuridão
um homem
que sempre cultivou a fé
um homem
muito além das ilusões
um homem
certo dia me ensinou

assim

aquelas palavras que dizem
que somos iguais
que não não importa tua crença
tua raça tua cor
tratados acordos promessas
coisas tão banais
não valem mais que um sorriso
é certo que não

quinta-feira, 19 de maio de 2011

amor eterno

se entra na igreja p'ra casar um dia
contempla naquele seu amor eterno
garboso vestido de gravata e terno
um brilho nos olhos de pura agonia

ao moço

a sorte de quem corta a carne dura
não mais que um minuto se demora
percebe a liberdade de uma hora
marcada no relógio que tortura

insonidades III

dormir p'ra sonhar é bom
viver melhor acordado

insonidades II

coragem ninguém tem
coragem vem de onde?

insonidades

nada sobre mim é verdade
até que o contrário se prove
mais certo é que o mundo se move
nas águas da insanidade

quinta-feira, 12 de maio de 2011

áfricas

quantas áfricas habitam nossas ruas?
qual a cor da escravidão?
toda nossa intolerância, só nos vem à consciência
na hora em que fecha o sinal

inocência que se perde nas esquinas
avenidas, marginais
não são capas de revista, mas tem seus dias de artista
nas páginas policiais

deixa tua fé crescer e então brilhar
nos olhos dessa multidão
deixa tua voz nascer e então brilhar
me cala, me fala de amor

quarta-feira, 11 de maio de 2011

maioral II



hoje é você quem manda
mas quem sabe amanhã
teu exército debanda
te deixam à banda, corres p’ra o divã

hoje é você quem vence
amanhã é outro dia
tudo muda, e simplesmente
mais que de repente, acaba a euforia

sabes todas as respostas
ganhas as apostas, etc e tal
senhor de tantos mistérios
tens o teu império, és o maioral

você construiu castelos, em prédios tão belos
escondeste o sol
sempre tão ganancioso
eu te dei a isca, mordeste o anzol

eu voltar, eu vou querer
ter de volta o meu lugar
quando eu voltar, você vai ver
o quanto pesa o meu poder

hoje é você quem manda
mas quem sabe amanhã
teu exército debanda
te deixam à banda, corres p’ra o divã

hoje é você quem vence
amanhã é outro dia
tudo muda, e simplesmente
mais que de repente, acaba a euforia

fazes tudo do teu jeito
já não tens respeito com quem possa ser
tens no bolso autoridade
e a impunidade é teu maior prazer

tua vida é de intrigas
tudo, em tua vida, tu podes comprar
dono de falsas verdades
tua sorte grande já vai acabar

eu voltar, eu vou querer
ter de volta o meu lugar
quando eu voltar, você vai ver
o quanto pesa o meu poder

sábado, 30 de abril de 2011

santa

para conseguir promessa
herdar o paraíso
contra a perfeição a pressa
de ter o teu sorriso
tenha santa paciência
de me aceitar assim
ninguém sabe tu
melhor que eu

quarta-feira, 6 de abril de 2011

ecos do outono

as vezes saio a andar por aí
sem muita idéia, sem explicação
e falo sobre o que nunca entendi
astrologia ou religião

eu penso quase tudo
quase tudo é quase nada
um dia, à tarde, é quase noite
e noite meia, madrugada

se todos tem o direito de ir
na minha rua o trem não passou
e só o tempo passou por aqui
dobrou a esquina e por ali parou

eu corro atrás do vento, eu tento,
o vento me escapa
se eu peço tempo ao tempo
o passado me ultrapassa

eu quero ver o sol
brilhar pela manhã
eu quero ver a paz
nos raios do sol

e cada vez que o sol
vier me acordar
eu vou tentar viver
um pouco melhor




domingo, 13 de março de 2011

mentiras que me dizem por aí...

as coisas que eu vivi na minha vida
eu guardo bem guardadas, escondidas
mas hoje venho aqui e conto tudo
de uma vez

já cometi os erros mais bisonhos
já confundi realidade e sonho
por isso, decidi que não queria mais
dormir

já acreditei no mito do eterno
já fui do paraíso ao inferno
e descobri que o céu é só estrada
p’ra avião

já acreditei em troca de favores
e numa multidão de impostores
que compram nossa fé neste mercado
de ilusões

já fiz da tempestade o meu abrigo
já imaginei ter um milhão de amigos
e nunca descobri porque eu estava
sempre só

já fui de esquerda, verde e democrata
já fiz barulho, fui às passeatas
e vi que todo mundo tinha jeito
de burguês

já acreditei nas barbas do profeta
imaginei uma nação correta
e vi as mesmas fotos, sorridentes,
no poder

eu já bati tambor pelas esquinas
e bebi chás, fumei ervas divinas
e nunca vi duendes, mas doentes
vi demais

mas, quem sabe, qualquer dia, enlouqueça
e perco o rumo, o prumo, a cabeça
e passe a acreditar nestas mentiras
que me dizem por aí

por enquanto, eu sigo minha estrada
eu tenho muito pouco, quase nada
não quero acreditar nestas mentiras
que me dizem por aí

quarta-feira, 9 de março de 2011

abra os olhos

quantas áfricas habitam nossas ruas?
qual a cor da escravidão?
toda nossa intolerância só nos vem à consciência
na hora em que fecha o sinal

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

tato

todo ato tem tato
todo tato tem mão
todo ato, de fato,
é quase agressão
se não tiver sentido
...
e se sentido for?

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

quem tu és?

eu vou perguntar a você
quem somos nós, nesta sociedade?
mentira, jogos de poder
cadê a voz da minha cidade?
e aí eu pergunto a você
quem somos nós, nesta sociedade?
ganância, jogos de poder
eu vejo só, guerra na cidade

artéria exposta que a verdade corta, sem doer
o sangue, que jorra, alimenta vampiros na TV
Sodoma, Gomorra, não morra sem antes vir provar
o doce veneno da fama, Babilônia

eu penso que nós precisamos de mais educação
e menos crianças nas ruas, jovens de arma na mão
infância roubada, perdida e vendida a vis reais
e nós, que os financiamos, dizemos: marginais! [e aí?]

...

o nosso silêncio traduz concordância com o que há
se eu tenho o grito, porque me evito de falar
e quando me calo, me sento, espero pelo rei
para me mostrar o caminho, sozinho, eu não sei

a velha desculpa é que tudo isso é culpa do grande irmão
que nos aprisiona, nos prende, sufoca, tens razão
espírito fraco, fantoche, deboche, cão fiel
que late, não morde, se finge de morto, quem tu és?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

bonde solidão

quem sou eu? onde estou?
habito um universo colorido
sem sentido
nem sei como te explicar

quem sou eu? p’ra onde vou?
nem sei como eu cheguei aqui
eu quero ir embora                        
só não sei como voltar

coragem sei que tenho
só preciso fé
o trem da esperança já partiu
e eu fiquei a pé
sentado aqui, sozinho
esperando o bonde, solidão
rezo, rogo, p’ra o tempo passar
e quem sabe um dia eu retornar
e me encontar de novo em mim
então

quando teu império cair...

meu sorriso, você tenta apagar
te incomoda, o meu jeito de viver
enquanto a inveja vai crescendo em teu olhar
sigo em paz no meu caminho

com mentiras você tenta me comprar
faz de tudo p'ra tentar me convencer
te pergunto: a quem pretendes enganar?
meu destino eu mesmo traço

propagandas que desviam nosso olhar
de tudo aquilo que não queres resolver
pois no dia em que a pobreza acabar
quem serão teus seguidores?

quando o teu império cair, homem do mal
eu vou sorrir, você vai ver
quando a Babilônia cair, homem do mal
quem é que vai te socorrer?

pague o preço

se tudo tem um preço nesta vida
me diz: o teu qual é?
se tudo tem um preço nesta vida
me diz: o teu qual é?

pedras preciosas? jóias coloridas?
você vale mais, se vende por tão pouco

tu és a medida de um sonho
que ousas sonhar
tu és a medida de um sonho
que ousas sonhar

se plantares ódio, colheras a ira
não espere ajuda de almas mesquinhas

tua vida cheira à falsidade
tolas ilusões
tua vida cheira à falsidade
tolas ilusões

toda maquiagem teme a água, a chuva
limpa o rosto e mostra a verdade tua

tu te achas forte, poderoso
preste atenção
tu te achas forte, poderoso
preste atenção

lembra-te, na vida, tudo tem um preço
tudo que vem fácil, fácil vai no vento